Após sete meses de governo, a presidente Dilma Rousseff (PT) mantém um nível de avaliação estável, segundo nova pesquisa Datafolha.
O levantamento mostra que as medidas recentes para conter a atividade econômica e o crédito ao consumidor, além de denúncias de corrupção em seu ministério, não afetaram a percepção dos brasileiros sobre o desempenho da presidenta.
Segundo a pesquisa, realizada entre os dias 2 e 5 de agosto, o governo da petista é considerado ótimo ou bom por 48% dos brasileiros com 16 anos ou mais.
É um índice similar ao verificado em levantamentos feitos em junho (49%) e março (47%) passados.
A fatia dos que consideram a gestão de Dilma regular é de 39%, variação positiva de um ponto sobre a marca de julho (38%). Em março, foi de 34%.
Consideram o governo Dilma Rousseff ruim ou péssimo 11% dos brasileiros, ante 10% em junho e 7% em março. Na pesquisa atual, 3% não souberam avaliar a presidência da petista.O Datafolha ouviu 5.254 pessoas com 16 anos ou mais em todo o Brasil. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
ESTABILIDADE
Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, Dilma tem um nível de ótimo e bom menor (43%) do que a média (48%) e do que entre as demais faixas de idade.
No grupo formado pelos menos escolarizados, que estudaram até o ensino fundamental (52%), o índice dos que avaliam o governo da petista como ótimo ou bom é, proporcionalmente, maior do que entre aqueles que possuem ensino médio (45%) e superior (44%).
Na análise por renda, ela também é melhor avaliada por aqueles que têm renda mensal de até cinco salários mínimos (49%) do que entre os brasileiros que têm renda familiar de mais de 10 salários mínimos por mês (44%).
No interior, 51% avaliam a gestão Dilma como ótima ou boa, fatia proporcionalmente maior do que nas regiões metropolitanas (44%).
A nota atribuída ao governo de Dilma também se mantém estável: era de 6,9 em março, foi a 6,8 em julho e agora fica em 6,7.
O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, reuniu-se na tarde deste sábado (6/8), no Palácio do Planalto, com os comandantes da Marinha, almirante Moura Neto; do Exército, general Enzo Peri; e da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, além do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi. Durante a conversa, o ministro da Defesa apresentou aos comandantes as motivações que o levaram a aceitar o convite da presidenta Dilma e destacou sua vontade e empenho na condução dos assuntos da pasta.
Amorim avaliou a reunião como “produtiva” e manifestou satisfação com os resultados do encontro, cujo objetivo principal foi a apresentação dos chefes das Forças Armadas a ele.
“Não vou reiventar a roda”, disse ele, acrescentando que trabalhará para implementar as ações previstas na Estratégia Nacional de Defesa.
A reunião com os chefes militares, que durou aproximadamente 1h45, serviu também para que os comandantes pudessem apresentar, de maneira breve, as questões mais prementes no âmbito de atuação das Forças Armadas. Entre os assuntos tratados na reunião figuraram questões relativas ao orçamento do setor e a agenda inicial de trabalho do novo ministro.
Os comandantes também fizeram a Amorim uma rápida exposição dos programas e projetos prioritários nas Forças. O detalhamento desses projetos deverá ser feito em reuniões individuais posteriores com o novo ministro.
Cada um dos 1,5 mil apartamentos do residencial São Francisco, que será entregue nesta sexta-feira (5/8) pela presidenta Dilma Rousseff, em Juazeiro (BA), realiza o sonho da casa própria de quem nunca imaginou que conseguiria deixar o aluguel. São famílias com renda de até três salários mínimos, como a de Maria da Conceição Silva, 31 anos, e Natescia Gonçalves da Silva, de 81 anos.
Casada com o vigia Adeílton, Maria da Conceição paga, com sacrifício, o aluguel de R$ 120 numa pequena casa sem reboco nem piso, com dois cômodos, onde vivem com os quatro filhos. Com a casa própria, a artesã, que vende os trabalhos em crochê de porta em porta, terá, finalmente, um lugar com segurança para abrigar os filhos David, de dez anos, Hebe, de oito, Vitória, de três, e Gabriel de dois anos.
“Vou poder dizer para eles: ‘Olha, foi a mãe que conseguiu. Um dia vocês vão conseguir, também, fazer uma coisa assim, muito bem feita na vida’”, narra ela.
Maria vai poder contar até mais. Receberá a chave da sua primeira casa própria das mãos da presidenta Dilma. “Nem sei como vou fazer. Sou tão tímida”, conta.
Na casa própria, Maria apenas vai se lembrar de um passado em que viveu com muita dificuldade. Em 1998, ela e os pais deixaram a miséria em que vivia na cidade de Mauriti, no Ceará, em busca de oportunidade em Juazeiro. Foi nessa terra que conheceu o Adeílton, casou há 11 anos, e teve os filhos. Agora, a vida será diferente. Faz as contas com o dinheiro que vai sobrar quando parar de pagar o aluguel. “Vamos ter mais dinheiro para a casa e os filhos”, comemora.
Foi em 2009 que Maria soube pelo pai que o governo estava cadastrando famílias para o programa Minha Casa, Minha Vida. Junto com o marido, fez uma das primeiras inscrições do programa em Juazeiro. Na cidade baiana, além das 1,5 mil unidades entregues nesta sexta-feira, outras mil famílias também receberão suas casas em 30 dias.
Mais de 80 anos de espera
Dona Natescia Gonçalves da Silva, de 81anos, já faz planos
para a casa nova. Foto: Clauber Caetano/PR
A baiana da cidade de Uauá, Natescia Gonçalves da Silva, 81 anos, também vai receber a casa própria hoje, durante a solenidade. Natescia é trabalhadora rural aposentada e esperou a vida toda pela oportunidade de ter sua casa e poder deixar um patrimônio seguro para a filha de 41 anos. Recebe um salário mínimo e paga o aluguel de R$ 250 pela pequena casa de um quarto em Juazeiro.
“Um salário mínimo é muito dinheiro para quem não tem nada. Mas, quando tiro o aluguel, não dá para fazer muita coisa”, revela.
Natescia está ansiosa pela casa nova. Chega até a duvidar. “Para quem nunca teve casa isso é muita coisa”, confessa ela. A baiana adora cozinhar e já planeja como vai cuidar da casa: cozinhando, lavando e engomando muita roupa. Antes de mudar, vai colocar grade na porta e nas janelas. Vive sozinha desde 1995, quando o companheiro Manoel faleceu. Foi por causa desse mecânico que ela deixou Uauá há 45 anos e mudou-se para Juazeiro.
Para a aposentada, esta sexta-feira será um dia de muita emoção. Além de receber a chave da casa, assim como a vizinha de condomínio Maria da Conceição, Natescia verá de perto a presidenta Dilma, “que é muito querida na cidade”.
O Brasil viverá, nos próximos oito meses, um período de redução expressiva da inflação que, até abril de 2012, deve sofrer queda de dois pontos percentuais. A avaliação é do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que participou nesta quinta-feira (4/8) do programa de rádio Bom Dia Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.
“A inflação está num pico neste mês de agosto e daqui para frente ela cai de forma expressiva – dois pontos de percentagem nos próximos oito meses –, de forma que o Banco Central está focado na meta de 4,5% em 2012. Nós estamos no caminho certo”, ponderou.
Sobre a situação financeira internacional, Tombini afirmou que o “Brasil acompanha a questão de forma muito criteriosa” e que “está muito bem preparado para um ambiente internacional mais desafiador”. Ele acrescentou que atualmente o país possui mais reservas internacionais e depósitos compulsórios – recursos que os bancos são obrigados a deixar no Banco Central – do que tinha antes da crise de 2008. Essas duas ferramentas – segundo o presidente do BC – foram importantes para que o Brasil superasse de forma rápida a crise de 2008.
Mercado de crédito – Alexandre Tombini frisou que o crescimento do crédito no Brasil nos últimos anos tem acontecido de forma dinâmica e segura e que o BC tem adotado medidas no sentido de inibir que os bancos realizem operações de risco muito elevado e de evitar que as famílias se endividem em demasia. O volume de crédito na economia brasileira dobrou nos últimos anos, se aproximando da marca de 50% do PIB. Segundo o presidente do BC, essa expansão propiciou a melhoria das condições de vida de milhões de famílias e também beneficiou o setor produtivo.
“Naturalmente esse é um momento de moderação na economia brasileira e o crédito cresce menos que no ano passado, mas ainda assim de forma vibrante”, disse Tombini.
Ouça abaixo íntegra da entrevista com o presidente do BC, Alexandre Tombini:
Apresentador: Olá, eu sou o Luciano Seixas e a partir de agora você acompanha o Café com a Presidenta, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! Bom dia para todos que nos ouvem hoje!
Apresentador: Presidenta, a senhora foi a Alagoas semana passada para o lançamento do plano Brasil sem Miséria, no Nordeste. Que ações vão ser feitas na prática?
Presidenta: Olha, Luciano, nós acabamos de lançar uma das ações prioritárias do plano, que é o programa Água para Todos. É um programa muito importante, sobretudo, para o Nordeste, e esperamos obter o mesmo sucesso que tivemos com o Luz para Todos, que mudou a vida de tanta gente ao fornecer energia elétrica a 2,8 milhões de moradias em todo o país. Essas pessoas, Luciano, saíram da época do candeeiro e passaram à modernidade, com a luz elétrica. O Água para Todos vai levar também água para todo mundo no semiárido nordestino, beneficiando 750 mil famílias que vivem em áreas rurais do semiárido. Vamos fazer isso, Luciano, com a construção de milhares de cisternas, barragens, barraginhas e sistemas simplificados de irrigação. O Água para Todos é uma ação fundamental para que essas famílias, extremamente pobres, possam produzir mais e sair da miséria. Com ele, Luciano, vamos garantir a todos os sertanejos o direito tão elementar e tão necessário à vida e ao desenvolvimento, que é a água.
Apresentador: Além do Água para Todos, a senhora lançou, em Alagoas, outras ações para a Agricultura Familiar, não é?
Presidenta: Isso mesmo, Luciano, vamos melhorar e apoiar a produção de 250 mil famílias de agricultores extremamente pobres até 2014. Eu autorizei a contratação de centenas de técnicos rurais para auxiliar os agricultores familiares no plantio. Esses profissionais, Luciano, vão dar orientações sobre as melhores técnicas de plantação e quais os equipamentos mais adequados. Além de orientação técnica, essas famílias vão receber sementes de qualidade, produzidas pela Embrapa, e R$ 2.400,00 para investir na terra e melhorar a sua produção.
Apresentador: Mas tem também que cuidar da comercialização dos produtos. Tem alguma ação para isso, presidenta?
Presidenta: Tem sim, Luciano. Um bom exemplo já aconteceu no Nordeste na semana passada, fizemos uma parceria inédita, sabe com quem, Luciano? Com os supermercados. Eles vão comprar e vender a produção de agricultores familiares extremamente pobres. Os supermercados já estão comprando farinha, de Alagoas, laranja, de Sergipe, e geleias e doces, da Bahia.
Apresentador: Além dos supermercados, o governo é também um importante comprador desses produtos, não é, presidenta?
Presidenta: Claro que sim, Luciano. O presidente Lula iniciou uma experiência de muito sucesso a partir de 2004, que é o programa de compra de alimentos da Agricultura Familiar, aquele que a gente chama de PAA. Nós estamos expandindo o orçamento do PAA, agora para R$ 793 milhões. E tem também os recursos da merenda escolar. Por lei, 30% do dinheiro que governo gasta com a merenda escolar devem ser aplicados em compras da Agricultura Familiar. A venda dos produtos vai aumentar também a renda dos agricultores familiares mais pobres.
Apresentador: Presidenta, a senhora também anunciou ações de saúde para a população extremamente pobre. Que serviços são esses?
Presidenta: Olha, Luciano, um dos compromissos do plano Brasil sem Miséria é levar à população extremamente pobre os serviços públicos e com qualidade. Estamos começando a fazer isso na área da saúde, vamos construir mais de 1.200 Unidades Básicas de Saúde, as chamada UBSs. Só no Nordeste, Luciano, serão 638 UBSs, vamos oferecer também mais de 7 milhões de consultas e mais de 3 milhões de óculos para estudantes do Ensino Fundamental e do programa Brasil Alfabetizado. Não sei se você sabe, Luciano, mas muita gente desiste de estudar simplesmente porque não enxerga bem. Outra medida é instalação de 45 centros odontológicos e outras mais 90 unidades móveis, que vão garantir o fornecimento de quase meio milhão de próteses dentárias – as dentaduras, Luciano. Além de saúde, o Brasil sem Miséria vai ampliar o acesso da população extremamente pobre à educação, à moradia, à luz elétrica, saneamento e proteção social. Tirar as famílias mais necessitadas da pobreza extrema é um compromisso do nosso governo, e é importante para todo o Brasil.
Apresentador: É isso aí. O nosso encontro de hoje acabou, presidenta. Obrigado à senhora e até a semana que vem!
Presidenta: Muito obrigada a você, Luciano. E um bom-dia para todos aqueles que nos acompanharam até agora!
Apresentador: Você pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Voltamos segunda-feira, até lá!