sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Governo Dilma tem aprovação histórica para 1º ano

Avaliação positiva de Dilma é recorde histórico para 1º ano de mandato, indica pesquisa
Resultado de 56% de ótimo/bom supera balanço final da segunda administração de Lula, de 51%

Eduardo Bresciani, do estadão.com.br

A avaliação do governo Dilma de 56% de ótimo/bom é recorde na série histórica da pesquisa CNI/Ibope para o primeiro ano de mandato. Ela tem também a melhor aprovação pessoal, com 72%. As pesquisas começaram a ser feitas em 1995, no primeiro ano do governo Fernando Henrique Cardoso. Foram ouvidos 2.002 eleitores em 142 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Segundo os dados da pesquisa, a avaliação positiva do governo Dilma superou em 5 pontos percentuais a avaliação do final do primeiro ano da segunda administração do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que tinha o recorde anterior com 51%.

Em relação à aprovação pessoal, o resultado de 72% supera também os registrados por Lula. O ex-presidente tinha registrado 66% de aprovação pessoal no final do primeiro ano de seu primeiro mandato e 65% no segundo mandato.

Nessa comparação, Dilma perde para Lula apenas na confiança. Ela tem 68% de índice de confiança na pesquisa deste mês enquanto o ex-presidente tinha 69% ao final de 2003.

Apesar destes números, na comparação direta entre os dois o eleitor tem uma avaliação mais positiva de Lula. Para 28% o governo Dilma é pior que o anterior enquanto 12% consideram melhor. São 57% os que julgam os dois governos iguais.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Investimentos estrangeiros no Brasil quadruplicam em 5 anos

Investimentos estrangeiros no Brasil sobem 306% em 5 anos
EFE

O investimento estrangeiro direto acumulado no Brasil se multiplicou por quatro em cinco anos, passando de US$ 162,8 bilhões em 2005 para US$ 660,5 bilhões em 2010, informou nesta quinta-feira o Banco Central, no detalhamento do Censo de Capitais Estrangeiros no país. Em termos percentuais, isso equivale a um crescimento de 306%.

Excluídas da conta os empréstimos internos entre matrizes e filiais de uma mesma empresa, o aumento dos investimentos foi de 256%. Este cálculo foi computado pela primeira vez e chega a US$ 80,9 bilhões.

Por países, os maiores investidores no Brasil são os Estados Unidos, com acumulado de US$ 104,7 bilhões, Espanha, com US$ 85,3 bilhões, e Bélgica, com US$ 50,4 bilhões.

Com relação aos setores, 16,9% do investimento estrangeiro se concentra nos bancos e serviços financeiros, com montante de US$ 98,1 bilhões.

O segundo setor foi o de bebidas, com US$ 52,2 bilhões (9%), seguido pelo petróleo, com US$ 49,4 bilhões (8,5%) e telecomunicações, com US$ 40,6 bilhões (7%).

O Brasil vai registrar cerca de US$ 60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos em 2011, apontam os cálculos mais recentes do Banco Central.

França precisa da liderança do Brasil e de Dilma, diz primeiro-ministro

France Presse

O primeiro-ministro francês, François Fillon, assegurou nesta quinta-feira que seu país precisa da liderança do Brasil e de sua presidente Dilma Rousseff num momento em que a Europa atravessa uma crise de confiança, e pediu uma aceleração da associação estratégica entre os dois países.

"Precisamos da liderança do Brasil e de sua presidente Dilma Rousseff, de suas convicções e do exemplo que representa sua excepcional trajetória pessoal", afirmou Fillon diante de líderes empresariais reunidos na Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp).

"Num momento em que a Europa (...) atravessa uma crise de confiança, me parece que devemos precisamente agora aproveitar o imenso potencial oferecido pela associação estratégica entre França e Brasil", indicou.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, assinou em 2008 um acordo de associação estratégica com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, padrinho político de Dilma.

"Desejamos que esta cooperação se desenvolva, naturalmente no setor aeronáutico (...), nos setores espacial, de trens a grande velocidade, porque nossas relações superaram claramente a etapa produtor-consumidor para alcançar a de uma verdadeira associação equilibrada".

O comércio bilateral de França e Brasil supera os 7 bilhões de euros. Cerca de 500 empresas francesas estão presentes no Brasil. A França é o quarto investidor no país.

A cooperação bilateral comporta principalmente um capítulo militar, através da construção de helicópteros e submarinos com tecnologia francesa.

Paris aguarda há anos uma resposta do Brasil em relação à eventual compra de seus caças Rafale. Fillon declarou-se na quarta-feira confiante a respeito, mas a decisão do Brasil ainda levará vários meses.

O caça Rafale, do Grupo Dassault, que a França não conseguiu exportar, compete com o F/A-18 Super Hornet da americana Boeing e com o Gripen NG da sueca Saab para a licitação lançada pelo Brasil para a compra de 36 aviões de combate.

No Brasil, a França também espera participar no desenvolvimento de infraestrutura ligada à realização do Mundial de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

Fillon se reunirá na tarde desta quinta-feira com a presidente Dilma em Brasília e terminará sua visita no Rio, na sexta-feira e no sábado.

Copyright © 2011 AFP.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Estabilidade financeira no Brasil é maior que nos EUA, Japão e Europa

Brasil está na 11ª posição com melhor estabilidade financeira
Por Assis Moreira | Valor

GENEBRA - O Brasil aparece em 11ª posição com melhor estabilidade financeira entre 60 países no Índice de Desenvolvimento Financeiro, à frente de todos os países da zona do euro, dos Estados Unidos e do Japão.

O índice, divulgado hoje pelo Fórum Mundial de Economia, leva em conta a estabilidade da moeda, do sistema bancário e o risco de crise da dívida soberana. A Arábia Saudita lidera nesse item, seguida da Suíça e, de maneira surpreendente, a Tanzânia em terceiro lugar,

No índice global, levando em conta 120 diferentes dados, Hong Kong pela primeira vez lidera o ranking, superando os EUA e o Reino Unido. Hong Kong se destaca por seu desempenho em IPOs e seguros.

O Fórum analisa o desenvolvimento financeiro, incluindo eficiência e tamanho dos bancos e de outros serviços financeiros, o ambiente de negócios, a estabilidade financeira, a transparência e liderança do mercado.

A maior vantagem do Brasil seria nos serviços financeiros não bancários (11ª), com IPO (9ª) e fusões e aquisições (14ª), sendo atividades que permanecem "particularmente robustas".

Segundo o relatório, 90% dos países pesquisados não voltou aos níveis de antes da crise de 2008 em termos de acesso ao capital.

Os desafios ao financiamento do crescimento econômico permanecem, especialmente o acesso ao crédito e financiamento por meio do mercado local de ações.

(Assis Moreira / Valor)

Ciências sem Fronteiras: governo Dilma abriu hoje 12,5 mil bolsas de estudo no exterior

Governo abriu hoje inscrições para alunos de graduação interessados em passar um ano estudando no exterior. São 12,5 mil bolsas nos EUA e outros países. Veja o que é preciso fazer para concorrer

Presidenta Dilma lançou regras do programa Ciências sem Fronteiras, que vai beneficiar 101 mil pesquisadores e estudantes até 2014


Começaram nesta terça-feira, dia 13, as inscrições para alunos de graduação interessados em passar um ano fora do País. A presidenta Dilma Rousseff lançou, em Brasília, os editais que vão selecionar 12,5 mil universitários com bolsa de estudo da modalidade sanduíche nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e França. O prazo para concorrer termina no dia 15 de janeiro. Na solenidade, a presidenta também assinou decreto que regulamenta o programa Ciência sem Fronteiras, que vai conceder ao todo 101 mil bolsas até 2014.

O Ciência sem Fronteiras vai beneficiar estudantes e pesquisadores das áreas de ciências básicas, engenharia e tecnologia, nas modalidades graduação-sanduíche, educação profissional e tecnológica e pós-graduação (doutorado-sanduíche, doutorado pleno e pós-doutorado). Segundo a presidenta, o desafio lançado há 140 dias foi transformado em realidade. Do total de bolsas a serem concedidas, 75 mil serão financiadas pelo governo e 26 mil pela iniciativa privada, conforme Dilma havia pedido no lançamento do programa em julho. Colaborarão com o projeto instituições como Febraban, CNI, Petrobras, Vale entre outras.

Nesta terça-feira, foram anunciados os nomes dos primeiros 1.500 alunos de graduação beneficiados com bolsas para os EUA. A chamada pública coordenada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em caráter experimental recebeu 7.007 inscrições. Os primeiros 841 embarcam em janeiro de 2012 e os demais seguirão em julho para curso de idioma.

Os critérios para seleção para as bolsas diferem em cada edital, mas têm pontos em comum. Os candidatos de graduação devem ter no mínimo 600 pontos no Enem e ter bom desempenho acadêmico. Prêmios em olimpíadas escolares e participação em projetos de iniciação científica também contam pontos. Para Dilma, o programa valoriza o mérito, mas vai garantir também que estudantes que não são de classes abastadas não sejam prejudicados. Para isso, uma série de ações serão realizadas para auxiliar estudantes a superarem a barreira da língua estrangeira, como cursos em universidades federais e, para os selecionados, aulas no exterior.

“Esse é um programa que tem na base critérios essenciais. Primeiro, o mérito. E segundo, para aqueles que têm mérito, vamos dar oportunidades para dar acesso à segunda língua”, explicou.

Atração de cientistas
Além de enviar estudantes brasileiros para o exterior, o Ciências Sem Fronteiras também vai trazer estrangeiros ou brasileiros que atuam em outros países para o Brasil. Através do projeto Atração de Jovens Talentos serão buscados jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. Pelo Pesquisador Visitante Especial  serão atraídos por período de três anos pesquisadores de alto nível, que se destacam na área onde atuam.

O primeiro, do projeto chamado Atração de Jovens Talentos, pretende atrair e fixar jovens pesquisadores residentes no exterior, preferencialmente brasileiros, que tenham destacada produção científica e tecnológica. A partir desta sexta-feira, os interessados poderão apresentar projetos de pesquisas (ligados a programas de pós-graduação ou órgãos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) para disputar as bolsas, de R$ 7 mil mensais (durante um a três anos).

O outro, Pesquisador Visitante Especial, prevê a oferta de bolsas de intercâmbio para pesquisadores de alto nível, que tenham destaque nas áreas que atuam. A proposta é mantê-los no País por, no máximo três anos, oferecendo auxílios mensais de R$ 14 mil e ajuda de custo para a pesquisa de até R$ 50 mil por ano de projeto. As propostas também poderão ser apresentadas a partir de sexta-feira e vão até 15 de fevereiro.

Inscrições pela internet
As informações sobre as bolsas e as exigências para concorrer estão no site do programa Ciência sem Fronteiras. No mesmo endereço, interessados em concorrer devem preencher formulários e enviar documentação em formato PDF.

*Colaborou Priscilla Borges, iG Brasília

A Privataria Tucana

por Jorge Furtado  

Terminei de ler o extraordinário trabalho jornalístico de Amaury Ribeiro Jr., “A Privataria Tucana”, (Geração Editorial), o livro mais importante do ano. Para quem acompanha a vida política do país através de alguns blogs e da revista Carta Capital, não há grandes novidades além dos documentos que comprovam o que já se sabia: a privatização no Brasil, comandada pelo governo tucano, foi a maior roubalheira da história da república. O grande mérito do livro de Amaury é a síntese que faz da rapinagem, e a base factual de suas afirmações, amparadas em documentos, todos públicos. Como bom jornalista, Amaury economiza nos adjetivos e esbanja conhecimento sobre o seu tema: o mundo dos crimes financeiros.

A reportagem de Amaury esclarece em detalhes como os protagonistas da privataria tucana enriqueceram saqueando o país. De um lado, no governo, vendendo o patrimônio público a preço de banana. Do outro, no mercado, comprando as empresas e garantindo vida mansa aos netos. Entre as duas pontas, os lavadores de dinheiro, suas conexões com a mídia e com o mundo político.

Os personagens principais da maracutaia, fartamente documentada, são gente do alto tucanato: Ricardo Sérgio de Oliveira (senhor dos caminhos das offshores caribenhas, usadas pela turma para esquentar o dinheiro),  Gregório Marin Preciado (sócio de José Serra), Alexandre Bourgeois (genro de José Serra), a filha de Serra, Verônica (cuja offshore caribenha, em sociedade com Verônica Dantas, lavou pelo menos 5 milhões de dólares), o próprio José Serra e o indefectível Daniel Dantas. Mas o livro tem também informações comprometedoras sobre o comportamento de petistas (Ruy Falcão e Antonio Palocci), sobre Ricardo Teixeira e sobre vários jornalistas.

A quadrilha de privatas tucanos movimentou cerca de 2,5 bilhões de dólares, há propinas comprovadas de 20 milhões de dólares, dinheiro que não cabe em malas ou cuecas. O livro revela também o indiciamento de Verônica Serra por quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros e traz provas documentais de sua sociedade com Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, do Banco Opportunity, numa offshore caribenha.

Alguns destaques do livro:

As imagens do Citco Building, em Tortola, Ilhas Virgens britânicas, gavetas recheadas de empresas offshore, "a grande lavanderia", pág. 43.

Sobre a pechincha da venda da Vale, na pág. 70.

Sobre o grande sucesso "No limite da irresponsabilidade", na voz de Ricardo Sérgio., pág. 73.

Sobre o MTB Bank e sua turma de correntistas, empresários, traficantes e políticos de várias tendências, e a pizza gigante de dois sabores (meio petista, meio tucana) da CPI do Banestado, pág. 75.

Como a privatização tucana fez o governo (com o seu, meu dinheiro), pagar aos compradores do patrimônio público, pág.171.

Como Daniel Dantas (de olho no fundo Previ, comandado pelo governo) usou sua imprensa para ameaçar José Serra, pág. 183.

A divertida sopa-de-nomes das empresas offshore, massarocas intencionais para despistar a polícia do dinheiro do crime, pág. 188.

Os grandes personagens do sub-mundo da política, arapongas que trabalham a quem pague mais, pág. 245.

Um perfeito resumo do que realmente aconteceu na noite dos aloprados, no Hotel Ibis, em São Paulo, pág. 282. 

Um retrato completo do modus operandi da mídia pró-serra na eleição de 2010, a partir da pág. 295.

Outro resumo perfeito, do caso Lunus, quando a arapongagem serrista detonou a candidatura de Roseana Sarney, pág. 314.

Sobre para-jornalistas que acabam entregando suas fontes e sobre fontes que confiam em para-jornalistas, pág. 325.

O índice remissivo e a quantidade de dados que o livro de Amaury apresenta já o tornaria uma peça obrigatória na biblioteca de quem pretende entender o Brasil. Mas "A Privataria Tucana"  também lança um constrangedor holofote sobre a grande imprensa brasileira, gritamente pró-serra, que é cúmplice, ao menos por omissão, da roubalheira que tornou o país mais pobre e alguns ricos ainda mais ricos. 

Imagine você o que esta imprensa  – que gasta dúzias de manchetes e longos programas de debate na televisão numa tapioca de 8 reais ou em calúnias proferidas por criminosos conhecidos - diria se um filho de Lula, Dilma ou qualquer petista fosse réu em processo criminal de quebra de sigilo bancário. Segundo o livro de Amaury (e os documentos que ele traz) a filha de José Serra é ré em processo criminal por quebra de sigilo bancário. (p. 278) 

O ensurdecedor silêncio dos grandes jornais e programas jornalísticos sobre o livro “A privataria tucana” é um daqueles momentos que nos faz sentir vergonha pelo outro. A imprensa, que não perde a chance - com razão  - de exigir liberdade para informar, emudece quando a verdade contraria seus interesses empresariais e/ou o bom humor de seus grandes anunciantes. Onde estão as manchetes escandalosas, as charges de humor duvidoso, os editoriais inflamados sobre a moralidade pública? Afinal, cadê o moralista que estava aqui?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Estudo mostra que Belo Monte é mais barata e menos poluente que alternativas de geração de energia

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil 

Brasília - A Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no Rio Xingu (PA) vai trazer menos impactos ambientais do que a utilização de alternativas com energias fósseis e os custos serão menores do que outras fontes renováveis. A conclusão está no estudo Análise Comparativa entre Belo Monte e Empreendimentos Alternativos: Impactos Ambientais e Competitividade Econômica, elaborado pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Na análise, os professores Nivalde José de Castro, André Luis da Silva Leite e Guilherme Dantas avaliam quais seriam as fontes alternativas a Belo Monte para o atendimento da demanda crescente por energia e os impactos ambientais dessas fontes. Segundo eles, caso Belo Monte não viesse a ser construída, seria necessária a implementação de fontes alternativas que suprissem a demanda, que teriam impactos ambientais maiores ou que não teriam consistência suficiente, em termos de segurança energética, para atender ao crescimento da necessidade por energia elétrica projetada para os próximos anos no Brasil.

“Belo Monte é uma obra eficiente, que tem que ser feita. O Brasil precisa de energia e qualquer nova unidade geradora de energia causa impacto ambiental, e temos que analisar o custo-benefício em relação às outras fontes de energia. Nesse estudo fica claro que a hidrelétrica é a que apresenta o melhor custo-benefício em relação às outras fontes”, disse Castro à Agência Brasil.

Os estudiosos apontam que o Brasil tem um grande potencial de fontes alternativas e renováveis de energia elétrica: eólica, biomassa e solar, mas a prioridade a essas fontes implicaria perda de competitividade da economia brasileira, em função do diferencial de custos em relação à hidreletricidade. Também poderia haver problemas de garantia e segurança de suprimento em razão da sazonalidade e da intermitência dessas fontes alternativas.

“Desta forma, em um cenário em que não fosse construída a usina de Belo Monte, a construção de usinas termoelétricas seria obrigatória de forma a manter o equilíbrio e segurança entre a carga e a oferta de energia. A questão que se coloca é quais seriam os impactos ambientais das alternativas fósseis e a comparação deles com os impactos ambientais de Belo Monte”, avalia o estudo.

A análise aponta também que os custos de mitigação dos impactos sócioambientais da Usina de Belo Monte são de cerca de R$ 3,3 bilhões, o que é inferior ao custo ambiental que uma térmica a gás natural ocasionaria, que seria de mais de R$ 24 bilhões. “Ou seja, a opção térmica possui um impacto ambiental quase oito vezes maior que o custo de mitigação ambiental de Belo Monte”.

Belo Monte é uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve ser concluída até 2015. Com potência instalada de 11,2 mil megawatts, será a maior hidrelétrica totalmente brasileira (Itaipu, que tem 14 mil megawatts de potência, é binacional) e a terceira maior do mundo.

Edição: Rivadavia Severo

Café com a Presidenta 12/12

No programa Café com a Presidenta transmitido hoje (12), a presidenta Dilma Rousseff explicou as ações para enfrentar o crack e outras drogas, que contarão com R$ 4 bilhões em investimentos até 2014. São ações de prevenção e cuidado aos usuários e também de repressão ao tráfico. A meta, segundo a presidenta, é implantar no Brasil uma política ampla, moderna, corajosa e criativa de enfrentamento das drogas.

Em todo país, o governo vai criar unidades de acolhimento do Sistema Único de Saúde (SUS), onde os pacientes poderão ser internados por períodos mais prolongados, quando for o caso. O governo destinará recursos para comunidades terapêuticas e instituições privadas que seguirem as normas da Anvisa para higiene, atendimento e manutenção do contato dos pacientes com a família.

“Algumas pessoas precisam ficar um tempo longe do ambiente que as atraem para a droga, para poder reconstruir seu projeto de vida e até as suas relações pessoais com a sua família, por exemplo. Hoje, nós temos 26 unidades públicas de acolhimento, que oferecem cuidado médico, social e psicológico permanente aos dependentes químicos. Até 2014, vamos saltar para pelo menos 574 unidades, em parceria com instituições que já têm tradição no cuidado de dependentes”, disse a presidenta.

O governo também vai ampliar para 24 horas o atendimento em todos os 134 Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas para os usuários de drogas que trabalham ou estudam, vivem com a família, mas estão lutando contra a dependência. Nos hospitais, serão criados 2.462 novos leitos em enfermarias especializadas no atendimento aos dependentes de álcool, crack e outras drogas. Mais 1.142 leitos serão reformados e reequipados.

Já as ações de repressão envolvem a instalação de câmeras para o monitoramento das áreas de consumo de crack. Nas fronteiras, serão combatidas as organizações criminosas para evitar que as drogas entrem no país.

“Já estamos fazendo isso com as operações da Polícia Federal e das Forças Armadas no nosso Plano Estratégico de Fronteiras. De junho, quando lançamos o plano, a novembro deste ano, nós evitamos que 112 toneladas de drogas entrassem no Brasil”, afirmou a presidenta.

Ela ressaltou ainda a importância da prevenção ao envolvimento das crianças e dos jovens com as drogas.

“O sofrimento das famílias dos dependentes é, sem dúvida, enorme. Tenho ouvido relatos de mães que chegam até a acorrentar os filhos no quarto para evitar que eles usem drogas. Também sou mãe, e esses relatos me comovem imensamente. Como presidenta, farei tudo para que as mães que chegam a atitudes desesperadas como essa, encontrem, no poder público o apoio e o tratamento adequado para seus filhos.”

Ouça abaixo o programa Café com a Presidenta.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Contribuintes com uma fonte de renda não precisarão declarar imposto de renda em 2014

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os contribuintes com uma única fonte de renda que optarem pelo desconto padrão deverão deixar de entregar a declaração do imposto de renda em 2014, ano-calendário 2013, informou à Agência Brasil o Secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto. A medida vale para pessoas físicas

Pelo projeto, a declaração será preenchida previamente pela Receita Federal e apresentada a esses contribuintes que confirmariam ou não os dados contidos no documento, como os valores recebidos do empregador. Para os demais contribuintes a declaração permanecerá da forma que já é hoje, com alguns aperfeiçoamentos.

“O projeto de simplificação está em curso na Receita Federal. Existem modelos como esse em outros países. O Chile, por exemplo, tem um modelo parecido. Em breve estaremos caminhando para essa solução”, disse Barreto.

Segundo o secretário, não é possível eliminar a declaração de todas as pessoas físicas porque existem algumas informações que necessitam ser prestadas pelo próprio contribuinte, como é o caso das despesas médicas, com educação e doações. “A administração tributária não tem previamente essas informações. Faz necessário que o contribuinte faça sua declaração e a transmita para a Receita”.

O secretário explicou que os sistemas da Receita Federal teriam como fazer isso, mas o modelo adotado no país não permite que Fisco tenha todas as informações prévias como as despesas médicas, educação, gastos com dependente e doações. “Por isso, agora, não há como colocar um modelo desses porque grande parte teria que alterar aquilo que seria apresentado para o contribuinte como declaração. Por enquanto, não teremos como entregar a declaração completa para o contribuinte confirmar ou não confirmar”.

Para os demais contribuintes pessoas físicas, o secretário lembrou que a declaração já foi simplificada e permite, de forma fácil, que o contribuinte preencha os dados com auxílio do programa de computador específico e faça a transmissão via internet sem grandes problemas. Isso tem sido demonstrado, destacou, pelo crescente número de declarações em meio eletrônico e pela diminuição do número de retenções na malha fina.

A Receita Federal informou no último dia 5 que caiu o número de declarações das pessoas físicas retidas em 2011. Este ano ficaram na malha fina 569.671 declarações. Em 2010, o número de declarações na malha fina chegou a 700 mil.